De Onde Vem?
terça-feira, 13 de novembro de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
TELECENTROS CURSO OLINE http://ead.telecentros.br.com
Os vários grupos ou indivíduos que realizam atividades em um telecentro, seja como usuários ou como gestores, são responsáveis por garantir ao telecentro uma gestão participativa e promover o respeito às diferenças. A complexidade com a qual trataremos esse assunto é determinada pelo próprio emaranhado de oportunidades e decisões da sociedade que vivemos.
A supervalorização de interesses pessoais em detrimento a valores comunitários, por exemplo, interfere no bom funcionamento do telecentro, pois apresenta obstáculos para os usuários (que possuem interesses distintos entre si), para o monitor (que precisa mediar esses conflitos de interesses), para os gestores e para as instituições (que, além de possuírem limitações em relação a recursos, também precisam lidar com as necessidades de várias comunidades)। Neste tópico, vamos começar a conversa sobre pontos que determinam a sustentabilidade social de um telecentro.
Livre interação: possibilidade de interagir para propor melhorias, reinvidicar direitos, construir memórias, fortalecer ideias, etc. É, portanto, a base para que as pessoas possam identificar as potências e demandas que o telecentro pode atender.
Organização comunitária: ponto é importante para a sustentabilidade, reflete a prática da organização e pode se dar em vários formatos. Associações comunitárias ou estruturas menos formais, como grupos de comunicação (jornais e rádios comunitárias) são possibilidades de organização comunitária, assim como a constituição de um Conselho Gestor. A definição dessas estruturas possibilita que tenhamos representatividade quando não podemos escutar individualmente cada um.
Respeito à diferença: respeito a todas as expressões e busca da igualdade entre as pessoas, quaisquer que sejam suas crenças, orientação sexual, raça, etnia, gênero. As categorizações constantemente são colocadas como entrave em comunidades, pela simples divergência de opiniões.
Por enquanto, nossa intenção é levantar discussões sobre a sustentabilidade do telecentro। Vamos compreender, juntos, como se dá a sustentabilidade social no cotidiano de cada um.
Os dois poemas ao lado se assemelham na forma e mesmo em alguns versos quase inteiros. Gregório de Matos, poeta baiano, claramente se baseou no grande poeta português do século anterior para fazer o seus versos.Camões, por sua vez, utiliza uma fórmula usada em um poema de Petrarca (1304-1374), italiano tido como o maior poeta europeu e modelo de versificação para o português que, por sua vez, também era visto dessa maneira por Gregório de Matos cem anos depois.
Curiosamente, ninguém acusou Camões ou Gregório de plágio ou de falta de originalidade imediatamente. Gerações seguintes notaram essas semelhanças – e semelhanças idênticas em todos os poetas da época, de outras línguas como o espanhol e o francês. Para os contemporâneos desses poetas, era claro que havia um modelo de um mestre a ser copiado e transformado, de acordo com a época vivida e a imaginação do leitor/poeta seguinte.
Mas não é assim que todo o conhecimento é construído? Conhecemos o que veio antes de nós e criamos algo novo, mas que guarda em si uma parte de tudo o que lemos, ouvimos, vivemos, criticamos. Na arte, na ciência e na comunicação o processo é sempre esse: criamos em cima do que conhecemos, prolongamos o que admiramos, substituímos o que não funciona, o que não nos diz mais respeito ou consideramos “falso”ou “ultrapassado”. Mas não partimos do zero, do nada, de um mundo vazio…
A transmissão do conhecimento sempre enfrentou dificuldades para se democratizar. Na época dos poetas citados, uma parcela pequena da sociedade podia ler ou adquirir um livro desses autores. Esse benefício sempre esteve reservado a grupos ricos e privilegiados da sociedade, e escapar da pobreza e do analfabetismo era uma tarefa muito difícil.
Na sociedade capitalista em que vivemos, compartilhar conhecimento é tecnologicamente mais possível do que nunca. Mas enfrentamos um conjunto de restrições pautadas principalmente no sistema econômico, que apregoa o lucro indiscriminado até sobre um direito humano, como o direito à comunicação e de acesso ao conhecimento. O resultado disso é a restrição às propriedades dos meios de comunicação e ao acesso a obras artísticas e intelectuais.
Além da comunicação e seus meios, todo conhecimento criado, distribuído e modificado é legalmente tratado por meio de licenças que permitem ou não a liberdade acerca de quaisquer coisas que saiam de nossas cabeças, inclusive esse texto que estamos lendo.
Essa lógica considera que o conhecimento é um bem, e é passível de ser vendido como se fosse um produto qualquer. A perversão disso é que temos como resultado uma sociedade cada vez mais desigual, já que poucos tem acesso, por exemplo, a novas tecnologias, em função dos preços altos cobrados pelo acesso a elas.
Dessa forma, remédios, produtos de informática e até produtos que não são tão visíveis, como a melhoria de tecidos para nossas roupas, sofrem constantes modificações e, temos apenas o controle parcial ou nulo do conhecimento acerca dessas mudanças. Um exemplo disso são os sistemas operacionais proprietários que custam valores muito altos e inviabilizam muitas vezes o acesso a computadores, ou dão vazão ao uso ilegal (já que são "protegidos" por legislação específica), além de não possibilitarem o desenvolvimento intelectual dos usuários, pois os mantém como meros reprodutores do seu sistema.
Portanto, se queremos a democratização do conhecimemnto, devemos buscar soluções alternativas e lutar por mudanças legais nos limites da propriedade intelectual. Hoje já encontramos novas definições, e por vezes alternativas, para a prática da construção colaborativa do conhecimento.
Direitos do autor, direitos autorais, direitos do público e licenças livres demonstram uma realidade jurídica em trânsito e, mais do que isso, apresentam diferenças ideológicas do sistema capitalista de apreensão do conhecimento e as alternativas fomentadas para a prática da generosidade intelectual que tanto queremos.
Os telecentros são espaços de compartilhamento e colaboração por excelência e, portanto, ambientes propícios ao uso e aprimoramento de licenças livres e ferramentas colaborativas para a compreensão de uma sociedade mais justa e generosa intelectualmente. Vejamos como os nossos conteúdos elaborados (oficinas, atividades de mobilização e articulação,) poderão ser disponibilizados na internet de forma livre: por meio da transmissão de dados, a internet oportuniza o espaço mais coletivo/democrático do mundo.
Os telecentros são espaços de compartilhamento e colaboração por excelência e, portanto, ambientes propícios ao uso e aprimoramento de licenças livres e ferramentas colaborativas para a compreensão de uma sociedade mais justa e generosa intelectualmente. Mas você como monitor de telecentro, como ajudar a construir essa realidade?
Aqui tentamos ajudá-lo a compreender a importância desse conceito de liberdade atrelado aos direitos humanos de acesso ao conhecimento e de comunicação. Esperamos que os nossos conteúdos elaborados (oficinas, atividades de mobilização e articulação) possam ser disponibilizados na internet de forma livre – lembre-se que, por meio da transmissão de dados na web, a internet oportuniza o espaço mais coletivo e democrático do mundo.
Mas também é necessário encarar a relação com a sua comunidade e com os usuários desse espaço de tecnologia. A maior parte das pessoas não considera esses direitos como seus. Afinal, eles não fazem parte de grupos sociais privilegiados que nascem detendo acesso a todas as inovações tecnológicas, colégios caros, um conjunto de informações e portas de entrada inimagináveis para o restante da população. A ausência de maior acesso ao conhecimento está sempre ligada, de maneira íntima, à ausência de poder de transformação da própria vida e do entorno em que se vive.
Usar este material e estas idéias para criar formas de reflexão junto aos usuários de telecentro. Quando eles tiveram acesso a um meio de comunicação que pudessem chamar de próprio? Quando a sua comunidade pode se ver refletida em um meio de comunicação? Quantos temas e assuntos cada um deles gostaria de conhecer melhor e se aprofundar, mas não teve acesso aos meios de divulgação mais comuns? O que cada um deles pode fazer agora, com acesso à Internet, e não podia fazer antes? Por que estamos usando software livre?
Romper com os costumes é uma tarefa do monitor. Para transmitir esse conceito de generosidade intelectual e de liberdade, ele deve descobrir formas de instigar a comunidade a participar dessas idéias.
Imprimimos nossas marcas a cada momento em que passamos neste mundo: inevitavelmente comunicamos o que somos, o que pensamos, o que sentimos. Acumulamos e carregamos nossas vivências: o que vemos, ouvimos, sentimos na pele e na alma, o que aprendemos. E enriquecemos e repassamos esse acúmulo em cada espaço de nossas vidas – a família, o círculo de amigos, os bairros em que vivemos, as escolas e trabalhos pelos quais passamos…
Como explica a canção acima, o saber é a um só tempo coletivo e individual, antigo e atual. Ele se transforma em cada boca e busca ser melhor a cada geração – seja esse melhor um símbolo da idéia de progresso, justiça, felicidade ou prosperidade, conforme a época e as necessidades da boca que vive e canta.
O ser humano não escapa de duas condições: somos gregários, ou seja, vivemos entre e com os outros de nossa espécie. Para que isso se realize de maneira completa, somos comunicativos, estamos sempre procurando registrar e contar aos outros como vemos esse mundo e como refletimos sobre ele.
O ato de registrar faz parte da humanidade desde a Pré-história. Composições com cores, formas e tamanhos variados simbolizavam os hábitos cotidianos de homens e mulheres naquele período. A partir da pintura rupestre, inúmeras descobertas foram feitas sobre a Pré-história: esses desenhos se comunicam conosco até hoje, e nos permitem descobrir as idéias desses primeiros artistas/comunicadores sobre o homem, sobre os deuses, sobre a natureza e também como era o cotidiano daquelas primeiras sociedades.
Compartilhamos nossas histórias desde que existimos como seres humanos. Compartilhamos histórias desde que nascemos, e a memória e acúmulo dessas histórias são nossa maior riqueza. Recebemos heranças de conhecimento e saberes que aceitamos, rejeitamos, transformamos.
Desde a imprensa, todo esse saber acumulado ganhou dimensões de massa, atingindo um número maior de pessoas que podem ter acesso às experiências vividas e acumuladas pela humanidade. O fonógrafo, a câmera fotográfica, o cinema, o rádio e a televisão aproximaram aos poucos o mundo, em toda a sua diversidade. Hoje, com os avanços das tecnologias de informação e comunicação, vivemos um momento sem par na história: a Internet é o primeiro meio de comunicação que pode abraçar os registros de tudo o que o homem criou e preservou, do que é e do que será criado. Mais do que isso, permite a cada usuário ter o seu canal de arte, opinião, expressão, comunicação com o mundo. Pessoas e grupos sociais que antes só escutavam, agora podem se expressar e fazer suas vozes transformarem o presente e o futuro.
Hoje a idéia de melhor possui muitas cores e muitas caras. Na que queremos acreditar, ela se refere a um mundo mais justo e democrático, onde cada boca possa receber o que A, B, C ou D já cantaram ou estão cantando, e criar seu próprio canto a ser compartilhado, mostrando sua história individual e coletiva ao mundo e deixando suas marcas para as próximas gerações.
Cores, trajetos, sons, brincadeiras. Pelas ruas, um corre-corre, pessoas pra lá e pra cá. Rostos, histórias, que se cruzam e constroem o dia a dia da comunidade. Um encontro de experiências, vidas, trajetórias, decisões individuais e coletivas. Comunidade para que? Para preservar a história, guardar a memória, narrar as lendas, dançar as músicas. Para despertar vontade de agir, de construir realidades. Para transformar, compor, crescer.
“Qualquer comunidade nasce no momento em que um grupo de pessoas sonha um sonho comum, um sonho que difere dos sonhos impostos. A tentativa de revelar este sonho na realidade, de descobrir mecanismos alternativos para sua produção, organiza práticas comunicativas versáteis e experimentos em torno dele. Estes experimentos são cobertos de uma importância existencial pulsante, servindo de base para a existência de outras comunidades.” RADDEK COMMUNITY, 2005, Rússia (em: http://parqueparabrincarepensar.blogspot.com/p/referencias.html)
São Miguel Paulista é um bairro da cidade de São Paulo, fundado em 1622, data do término da construção da Capela de São Miguel, que é o templo mais antigo da cidade. Ocupa uma área de 24,3 km2 e tem, hoje, cerca de 400 mil habitantes. O crescimento desse bairro é fruto da vinda de nordestinos que, ali, se instalaram e lutaram pela urbanização dos espaços: “Na época, não havia luz, água e esgoto. O grupo se reunia em barracos, na igreja e, no início, para mobilizar a população, usava panfletos. Quase ninguém comparecia às reuniões: “ninguém lia os panfletos porque não sabiam ler. Começamos a usar um megafone: ‘atenção, moradores, compareçam à Igreja Nossa Senhora Aparecida. Vamos discutir assunto de seu interesse’”, conta Sônia, jovem líder na época e, hoje, coordenadora do Centro de Educação Popular Nossa Senhora Aparecida. Assim, as assembléias começaram a lotar; a ideia era fazer pressão frente aos órgãos competentes. O projeto de urbanização foi concretizado na gestão da prefeita Luiza Erundina, após reunião entre ela e os moradores. A equipe de arquitetos e engenheiros responsáveis considerou as demandas da população local: “A maioria dos trabalhadores contratados era da comunidade. As pessoas se apoderaram da construção. Hoje, a gente não tem mais barracos”. (p. 53) Lomonaco, Beatriz Penteado; Garrafa, Thais - Cidadania Viva: Práticas Socioeducativas em São Miguel Paulista. São Paulo, Fundação Tide Setubal, 2010 (em: http://www.ftas.org.br/conhecimento/publicacoes/251).
Pelo Brasil, diferentes comunidades. Lutas mais diversas, paisagens distintas e distantes. Um leque de saberes que, muitas vezes, fica escondido. Você conhece a Amazônia? Conhece a história dos arredores de Salvador? Navegue por esses materiais, pra conhecer um pouco das comunidades espalhadas pelo Brasil:
Povo Amazônidas:
A cidade de plástico:
Em “Comunidade”, vamos começar a conversar sobre a importância de conhecer a história das pessoas e do lugar onde está o telecentro em que você trabalha. Afinal, comunidade diz respeito não apenas ao lugar onde moramos, mas às pessoas que constituem aquele lugar, que usam o telecentro e deixam, ali, suas marcas. Vamos pensar um pouco sobre possibilidade de ação, modos de conhecer, projetos para agir. Seja bem-vind@ e bom passeio!
Vivemos em sociedade, em contato direto com pessoas, ideias, tecnologias e diversos elementos que compõem o que somos e colaboram para criarmos os nossos pontos de vista. Muitas vezes, as coisas se confundem: o que eu penso é uma mistura do que os outros pensam, com pitacos pessoais e o fato de escolhermos dentre tantas possibilidades nos constitui.
Se isso ocorre com cada indivíduo, imagine os rumos de uma comunidade ou de um telecentro, por exemplo. Eles são decididos por um grupo de pessoas que, direta e ou indiretamente, constituem e dão a cara para esses espaços. Essa constituição é formada por interesses coletivos, pessoais, de gente de perto e de longe e esse caldeirão forma cada grupo, com suas características e resoluções.
Entender esse processo de constituição é fundamental para quem pretende organizar ações em uma comunidade - perceber que o grupo se forma com a ação de cada indivíduo e das discussões, embates, concordâncias e afetos que acontecem.
Dessa maneira, é possível criar grupos fortes o suficiente para pensar e executar coisas muito legais juntos, respeitando os caminhos de cada um e tendo um objetivo em comum. Assim, esse grupo, que pode ser de frequentadores do telecentro, o conselho gestor, é capaz de fazer articulações, contatos e parcerias com outros grupos e pessoas, sem perder o que mais tem característico e fundamental para si. Esse processo pode ser entendido como autonomia. Ser autônomo, seja uma pessoa ou um grupo, é a possibilidade de estar com o outro procurando preservando-se; é não abrir mão do que é importante e garantir que todos sejam respeitados. Cada relação que se estabelece pode ser vista como um processo de aprendizado mútuo.
O telecentro pode ser um espaço autônomo, tendo clareza de seus objetivos e agregando pessoas que compartilham desses mesmos objetivos.
Nesse livro ele vai apresentando características que fortalecem uma pedagogia para a autonomia, sem pretender que vire receita para o trabalho de todos. Vale olhar para algumas delas, no sentido de perceber onde precisamos estar atentos quando queremos fortalecer as pessoas, formar sujeitos autônomos, sujeitos que são donos de suas histórias.
Ele destaca que ensinar exige pesquisa, respeito aos saberes dos educandos, criticidade, risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação , reflexão crítica sobre a prática, alegria e esperança , entre tantos outros traços importantes.
Podemos levar esses princípios não apenas para o ensinar, mas para qualquer relação estabelecida com a comunidade que vamos trabalhar। Estar com os olhos e coração atentos para essas características só fortalece o grupo com que vamos trabalhar e torna possível a realização de atividades que fazem sentido para tod@s e que, portanto, fortalecem tod@s.
Dependendo da questão que queremos debater, é necessário um número diferente de pessoas envolvidas. Um mutirão de construção de uma casa precisa de um número menor de pessoas do que, por exemplo, um projeto de lei pública.
No Brasil, para a sociedade civil entrar com um pedido de lei – assim como foi o Ficha Limpa – são necessárias 500 mil assinaturas e todas elas precisam ter o número do título de leitor. Isso exige uma movimentação muito maior, envolvendo mais agentes, o uso de tecnologias e um discuso bem firme para convencer que esse é um tema importante. Assim como o ficha limpa há diversos movimentos grandes no Brasil e no mundo, grupos de pessoas que se organizam das mais diversas maneiras e tem objetivos em comum.
Os movimentos sociais, como são conhecidos, são organismos fundamentais dentro da sociedade que vivemos, pois abordam e defendem temas que, muitas vezes, são esquecidos pelos governos e empresas, e unem pessoas de origens muito diferentes. Há muita teorização sobre o que são movimentos sociais, como funcionam e para que servem. Vale a pena você pesquisar os vários pontos de vista sobre o tema, para criar o seu ponto de vista. Comece por aqui, uma descrição de movimentos sociais da Wikipédia.
Nesse vídeo você pode ver a história dos movimentos sociais do ponto de vista da Quem TVProduções
Não consegue ver o vídeo? Clique aqui para ver a transcrição
E nesse site http://www.geomundo.com.br/geografia-30197.htm você encontra um panorama bem interessante dos movimentos sociais no Brasil.
Cada pessoa tem o potencial de se envolver e mobilizar pessoas para ações que acham relevantes, mas um(a) monitor(a) de Telecentro tem a possibilidade de fazer isso usando um espaço público – o telecentro – com uma infraestrutura básica, como internet, computadores e impressora, por exemplo। E isso não significa, necessariamente criar alguma coisa nova, mas apoiar, divulgar e fortalecer o que já acontece na comunidade é um movimento bem legal.
O vídeo que você acabou de ver é do Corposinalizante um grupo que se encontra semanalmente no MAM, o Museu de Arte Moderna de São Paulo. São jovens surdos e ouvintes, com interesse pela Lingua Brasileira de Sinais, que fazem pesquisa e produção em arte desde 2008. Ouvintes mal conseguem ter ideia das dificuldades enfrentadas por um surdo no dia a dia. Pense nos filmes nacionais que você já assistiu: algum deles tinha legenda? Pois é, legenda só é comum em filmes estrangeiros. Para se contrapor a essa realidade, o Corposinalizante lançou "Atrás do Mundo", um filme-manifesto em prol das legendas nos filmes nacionais.
Nesse momento da formação, vamos pensar um pouco sobre identidade e diversidade. De onde você vem? Qual é sua cor? Que língua você fala? O que você escuta? Você tem preconceito? O que você vê? Para começar essas e outras conversas, assista:
Cor de pele, estilo de vida, traços de rosto, altura, peso... categorias que nos classificam podem produzir fronteiras abstratas e marcar nossa relação com o mundo e com o outro. Para deixar visíveis as diferenças entre as pessoas, os gregos marcavam os corpos de escravos, assaltantes ou traidores com sinais chamados estigmas. Assim, era mas fácil saber quem deveria ser excluído ou tratado de forma diferenciada. Era a escolha por um movimento de exclusão do diferente. Escolha...
Os preconceitos são atitudes nossas frente a algo que não conhecemos, modos de estar na relação com o outro. O que o diferente provoca em você? Você já pensou como faria caso um deficiente frequentasse seu telecentro? Faça uma visita a http://www.maragabrilli.com.br/videos.
Para o poeta Alberto Caeiro,
“Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores”
Muitas desigualdades são produzidas ou legitimadas por cada um de nós, nas nossas ações cotidianas. Com fazer para desnaturalizar práticas de racismo e exclusão? Pesquise, converse, entre em contato com pessoas diferentes! “Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores”
Pra finalizar, fique com mais um video:
Para muitos a cultura digital ainda é uma área nova, mas outras culturas digitais surgem cotidianamente deixando sempre um novo ou um outro olhar sobre as práticas digitais da nossa sociedade cada vez mais tecnológica. A imagem ao lado poderá auxiliá-lo a entender algumas das interfaces por onde a cultura digital se apresenta. Nela você poderá navegar pelos temas (e-gov, multimídia, comunicação, internet e banda larga) e começar a impulsionar sua curiosidade e envolvimento em uma cultura digital.
O Governo, no caso Brasileiro, é soberano e democrático। Isto é, tem autonomia ante os demais países e é representado pela escolha da maioria da população, por isso mesmo é que começamos esse tópico falando sobre como interpretamos os desejos e experiências alheias. O Governo (Municipal, Estadual e Federal) no Brasil, busca atender a todas as expectativas dos cidadãos, mas como não é possível que isso aconteça, a maioria é quem decide quais são prioritárias, a isto chamamos de democracia.
O acesso a informações e a generosidade intelectual são peças-chave para revelarmos respostas para as perguntas acima pois, sem isso, nossa cultura continuaria enraizada nos velhos modelos de concentração de conhecimento e, consequentemente, de desigualdades sociais, econômicas e culturais. Nossos hábitos também foram modificados, reduzindo nossa ânsia competitiva, face a ações mais colaborativas promotoras de um bem-estar social mais amplo.
Na Cultura Digital, o agente intermediário para a aplicação de processos que consideram a colaboração tem nome e se chama internet। O compartilhamento na internet faz com que o processo de globalização seja forte, mas não implica em perda de identidades ou maior valorização de culturas, umas frente a outras. A internet propõe a divulgação de outra culturas como elemento para integração de pessoas. Para isso, ferramentas colaborativas como wikis ajudam na construção coletiva de materiais, blogs ajudam no registro e memória de pessoas e coletivos, sites possuem recursos secundários que ajudam cada vez mais colocar as pessoas em contato, eliminando a diferença entre o real e o virtual.
Em razão de problemas como estes, a sociedade civil tem se mobilizado em campanhas em prol da melhoria dos serviços de internet como a Campanha Nacional Banda larga é um direito seu। Movimentos organizados exigem que em um País como o Brasil os valores de pacotes de dados sejam reduzidos e o tráfego seja melhorado, a fim de popularizar ainda mais o uso da internet em uma opção justa e mais barata. Também o Governo tem buscado solucionar esses problemas e, recentemente lançou o Plano Nacional de Banda Larga que prevê metas claras de ampliação de acesso até 2014 (ver quadro acima).
Os recursos tecnológicos atuais permitem que o potencial criativo das pessoas adquira novas formas de serem externalizados. Chico Science, no trecho de uma de suas músicas, diz: “Computadores fazem arte, artistas fazem dinheiro” e com isso nos ensina um olhar sobre nossa cultura contemporânea e digital.
A arte digital, bem como as interfaces multimidiáticas, conferem ao novo cenário de cultura digital em que vivemos, apreensões que sugerem o domínio desses tipo de conhecimento e recursos tecnológicos por cada um de nós. A produção artística com novos valores supera o meio físico e analógico, enveredando-se por meios virtuais e digitais.
Para ilustrarmos isso em um exercício simples, vejamos a produção musical. Para fazermos uma música, não é mais necessário que uma pessoa aprenda e possua vários instrumentos. Ela pode compor usando apenas um computador com aplicativos como o Hydrogen ou rosegarden, economizando tempo, dinheiro e espaço - sem contar que não é preciso incomodar os vizinhos, se o compositor usar um fone de ouvido. Isso não tira o mérito de quem usa os instrumentos originais com sonoridade única de cada um, mas surge como uma alternativa a quem antes não tinha recursos para externalizar suas emoções, na elaboração de uma peça artística. Do mesmo modo, exemplos como o da música se repetem em casos como da pintura, na fotografia, no desenho e, atualmente, no desenvolvimento de arte mais interativas como o teatro, a dança e instalações que rompem nossa lógica de arte baseada em recursos clássicos e analógicos।
Os recursos multimidiáticos também prosperam na nossa capacidade de compartilhar experiências e ideias que realizamos individualmente ou de forma coletiva. Isso porque, além da arte, tais recursos permitem que utilizemos vídeos para contar as histórias dos mais antigos, fotos para mostrarmos as mudanças em nossos bairros, áudios para transmitirmos sentimentos para aqueles que não podem ver ou apenas para despertar o imaginário das pessoas com sensações intensificadas pela cultura digital. Tudo isso, acompanhado pela democratização e acesso às tecnologias da informação e da comunicação presente nos telecentros.
Você poderá conhecer alguns desses recursos no Mutirão digital e na segunda fase da formação. Por enquanto, que tal você identificar os recursos utilizados no seu telecentro para realizar registros e produções artísticas junto e pela comunidade? Ao fazer isso, você poderá também começar a experimentar aplicativos livres e trocar informações com seus colegas monitores.
Aproveite, experimente, sinta!
A cultura digital apresenta-se abrindo caminhos para todas as pessoas, a partir das necessidades de um mundo cada vez mais tecnológico. Dentre essas tecnologias que regem praticamente tudo nas vidas urbanas e uma boa parte em outros ambientes (rurais, comunidades tradicionais, entre outros), a comunicação aparece reforçando sua importância nas relações humanas e aliando as inovações tecnológicas aos anseios das pessoas pelo aumento de possibilidades em estabelecer laços entre si.
A comunicação comunitária possibilita, o acesso à produção e consumo de rádio e televisão. Você deve perceber que os meios de comunicação de massa normalmente são propriedades de poucos empresários e famílias. No entanto, a influência de uma outra cultura digital, onde as pessoas têm direito à expressão em vários meios, vem possibilitando que todos tenham espaço para comunicar o que desejarem. A popularização de canais de rádio e TV são exemplos em que a sua voz e, talvez, imagem, atingirão um número maior de pessoas. De certa forma, nesse processo, você estará ampliando laços com pessoas de vários lugares, idades e formas de pensar.
Para sua comunidade, ter uma TV ou rádio comunitária tem impactos interessantes e auxilia na construção de cenários mais abertos a debates sobre questões diversas, indo desde reivindicações até a divulgação de artistas locais। Entretanto, a cultura digital atua em outros meios na comunicação. O que você acha de cartazes bem elaborados, jornais bem diagramados e sites com informações de rápida atualização?
Relacionar cultura digital e processos de comunicação significa pensar questões mais simples, como o pouco acesso à tecnologia. Processos de comunicação e cultura digital, no cotidiano das pessoas, envolvem desde a escrita de um e-mail até a postagem de um video na internet, passando pelos telefonemas no celular. Vivenciar a cultura digital não quer dizer abrir mão de realidades onde se tem pouco acesso a recursos tecnológicos, mas levar melhorias para esses lugares e pessoas.
A Rede de Formação preparou, na segunda fase, muitas conversas sobre comunicação comunitária e cultura digital. Lá, você perceberá que as duas coisas caminham juntas mas, por enquanto, vamos refletir sobre como a nossa cultura comunicacional é atualmente voltada para os meios digitais. Onde você procura notícias? onde por qual recurso você se comunica à distância? Quais as formas que você mantém seus registros?
Vamos conversando...
Chamamos você a contribuir com comunidades que juntas formam cidades, estados e o Brasil. Fizemos isso, porque sabemos de sua competência em criar e recriar soluções para essas comunidades e, até desconstruir o que for preciso para oportunizar a continuidade da multiplicação desses saberes por meio do telecentro. Colocamos você no centro das atenções, entendendo que sem sua presença não temos como alimentar a sede por soluções para as comunidades ou encarar novos desafios, que surgem diariamente relacionados a apropriação de conhecimentos tecnológicos ou não em telecentros.
Para que tudo isso ocorra, um objetivo deve ser traçado। E, tal como em uma verdadeira árvore, ao fim de um ciclo, esperam-se os frutos. Nosso objetivo tem um nome e sobrenome: Projeto Comunitário.
Os projetos comunitários são os resultados esperados para que, ao longo da formação, todo o conhecimento seja aplicado e tenha saídas que expressem o diálogo entre as necessidades das comunidades e o que podemos ofertar a elas por meio dos telecentros, em quaisquer áreas da formação ou para além delas. O Programa Telecentros.BR apoia uma outra forma de pensar, onde os monitores agentes de transformação de suas realidades sociais, econômicas, culturais e tecnológicas e os projetos comunitários também são vistos como um meio para fortalecer a Política Pública de Inclusão Digital brasileira.
Na segunda fase de sua formação, você terá muito mais a descobrir e compartilhar mas é importante que, desde já, você esteja consciente que tudo o que será disponibilizado lá pode ser aplicado em seu projeto comunitário. Para a construção de seu projeto, você contará ainda com a ajuda de todos que formam a Rede de Formação (Polos, tutores, outros monitores).
Para o Programa Telecentros।BR, os projetos comunitários são os alicerces para construir novos caminhos que respeitam as diversidades em todo o Brasil. São eles que evidenciarão os impactos causados pelo Programa, pois serão verdadeiros mutirões em prol do desenvolvimento local, já que serão elaborados e implementados por você e pela própria comunidade envolvida.
Neste espaço, resolvemos apenas deixá-lo curioso para a próxima fase de sua formação, onde detalharemos como você poderá planejar, executar e avaliar o seu projeto comunitário. Mas antes de finalizarmos essa conversa breve, vamos estabelecer aqui um pacto: TODO PROJETO COMUNITÁRIO É FORÇA DE CONHECIMENTO LIVRE E, ASSIM SERÁ PÚBLICO E GRATUITO.
Pensando nesse pacto, convidamos você a conhecer os meios mais usuais de publicar seu projeto comunitário. As demais questões relacionadas ao nosso pacto serão explicadas adiante na segunda fase da formação.
A Rede de Formação tem buscado formas de interagir com os monitores e deixar visível a todos os participantes as produções feitas por eles. Foram os BLOGS que, até agora, responderam melhor às expectativas e ampliaram a possibilidade de visualização para pessoas que não fazem parte do Programa.
Isso mesmo, os blogs são ferramentas que se caracterizam como possibilidade maior que apenas um diário virtual. Os blogs possibilitam o acesso às informações necessárias para a construção e acompanhamento do projeto, além de auxiliar na comunicação com os cidadãos interessados pelo projeto. Na página Conecte-se há uma chamada para a utilização dos blogs: volte lá e confira como você pode ficar mais por dentro da formação. Esperamos você na segunda fase. Conecte-se.
FONTE: http://ead.telecentros.br.com
Das quatro dimensões elencadas para o tratamento da
questão da sustentabilidade, a tecnológica é sem dúvida a mais
transversal, pois é orientada pelas condições definidas da economia (na
abordagem do conhecimento tecnológico enquanto recurso), da sociedade
(na apropriação cultural das tecnologias) e do meio ambiente (na
expressão do desenvolvimento com vistas à melhoria da qualidade de
vida). Entretanto, nessa conversa seremos breve sobre a sustentabilidade
tecnológica do telecentro enfatizando apenas um aspecto: A utilização
de softwares livres.
O uso de tecnologias livres permite o
desenvolvimento intelectual e o compartilhamento de conhecimentos e
experiências que fomentam cada vem mais um ciclo próspero de
criatividade. Daí a importância de que, para um telecentro ser
sustentável tecnologicamente, é preciso que as tecnologias sejam
flexíveis às necessidades encontradas em cada comunidade, bem como
possibilitem o avanço de descobertas por quaisquer pessoas.
Na segunda fase da formação, haverá um
aprofundamento sobre tecnologias livres. Por enquanto você pode
experimentar algumas delas no Mutirão Digital.
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